Os preços dos materiais de construção subiram devido à inflação, o que se refletiu nos custos finais da construção em vários países, incluindo Portugal. Estamos a falar de aumentos nos preços do aço, cimento, madeira, isolamento, entre outros. Todo este aumento foi tão significativo, que Lisboa e Porto estão entre as 75 cidades mais caras do mundo para a construção de edifícios, de acordo com o relatório International Construction Costs (ICC) 2023.
Ao analisar as 100 maiores cidades do mundo em seis continentes, descemos até a 68ª posição para encontrar a capital portuguesa neste ranking, e logo após está o Porto, classificado como a 74ª cidade mais cara do mundo para a construção de edifícios. Essas informações foram reveladas pelo mesmo relatório da Arcadis, que avalia as cidades com base nos custos de construção e na complexidade dos projetos desenvolvidos, considerando 10 tipos diferentes de edifícios (residenciais, comerciais e do setor público).
No Top 3 está Genebra, na Suíça, seguida de Londres, no Reino Unido e Nova Iorque, nos Estados Unidos.
As análises do ICC 2023 também consideraram as exigências de eficiência energética dos edifícios, incluindo o design neutro em carbono, uma vez que, esses fatores têm um impacto significativo nos preços da construção.
Embora os mercados imobiliários sejam cíclicos, os desafios atuais relacionados à neutralidade de carbono e resiliência climática não irão desaparecer, já que a descarbonização do setor imobiliário continuará a se expandir.
O processo de obtenção de licenças e autorizações para projetos de construção pode ser demorado e burocrático em Portugal, e isso, pode resultar em atrasos e custos adicionais para os empreendimentos, o que pode se refletir nos preços finais.
É importante destacar que os aumentos nos preços da construção podem variar de acordo com a localização geográfica e o tipo de projeto.
Estes aumentos nos preços da construção têm impacto tanto para os compradores e investidores imobiliários, quanto para os profissionais da construção, mas não agir não é uma opção. Apesar de todos os fatores aqui mencionados aliados às taxas de juro em constante crescimento, os profissionais da construção não estão a cruzar os braços, e fazem os possíveis para dar resposta à escassez de oferta na habitação.